Certa vez a mãe de um aluno fez uma colocação que me pôs a pensar, ela disse: "Não se aprende ser mãe na escola, não temos matérias que ensinam educar, amamentar, como lidar com o choro na madrugada, nem mesmo saber quando o bebê deve engatinhar... aliás, ele precisa engatinhar?". Engraçado, mas é a pura verdade!
Também não sei se queremos aprender a ser mãe na escola ou na faculdade, até porque se aprende a ser mãe sendo mãe e buscamos esse conhecimento por gosto, por amor e não porque nos foi imposto, né?
Pois bem, a ideia do post de hoje é fazer você entender a gigante importância dos primeiros anos na vida de uma criança. Já ouvi gente sabida dizer que se todos soubessem a importância da primeira infância, investiriam mais nela que na universidade. Para explicar melhor, me deixe fazer uma pergunta: você já viu uma casa sendo construída a partir do telhado? Não, né? Não sou especialista no assunto, mas sei que primeiramente precisa de um fundamento, uma base para que a qualidade e a força da casa não sejam comprometidas. O mesmo acontece com a primeiríssima infância.
O cérebro forma circuitos simples constituindo a base sobre a qual os mais complexos serão formados depois. Cada etapa é importante! A arquitetura cerebral, ou seja, a aprendizagem, a saúde e o comportamento dependem de uma base sólida que é construída durante os primeiros anos de vida. Mas aí você deve estar se perguntando: como faço para saber se estou construindo uma base forte ou fraca para meu filho? E o que isso altera na vida dele? Antes de tudo preciso falar de carga genética, os genes trazidos pela mãe e pelo pai representam apenas um diagrama, ou seja, um projeto básico a ser seguido, mas são as experiências – guarde isso, as experiências! – que realmente moldam o processo que define se o cérebro formará uma base forte ou fraca para a aprendizagem, comportamento e saúde. As experiências e as oportunidades que você dá ao seu filho de conhecer o mundo serão determinantes para que ele tenha um futuro brilhante.
Quando falo de conhecer o mundo não falo de viajar, claro, mas lembre-se de que o bebê é como um estrangeiro por aqui. Ele irá aprender basicamente através dos sentidos: tato, visão, audição, paladar e olfato. E cabe aos adultos proporcionarem o estímulo certo. Durante os primeiros anos o cérebro da criança é mais sensível à influência de experiências externas que podem ser para melhor ou pior. Você já deve ter ouvido a expressão que diz que: "Crianças são como esponjas, absorvem tudo". E é assim mesmo! Os sentidos são apenas uma forma de apresentar o mundo à eles. Sabe o que é legal? Dar uma pesquisadinha em sites confiáveis ou livros que tragam os Marcos do Desenvolvimento Infantil, isso vai dar uma luz de como brincar e o que esperar do seu bebê.
Saiba que o aprendizado, de fato, vem da interação de confiança formada entre adultos e criança, e é isso que leva ao desenvolvimento emocional e cognitivo saudável. Então, somos responsáveis ativos pela formação de inteligência emocional, habilidades motoras, lógica, linguagem, memória e também comportamento das nossas crianças e na falta de cuidado responsivo, afetuoso e amoroso por parte dos adultos – ou se as respostas são inadequadas – a arquitetura do cérebro não se forma como o desejado, o que pode levar a disparidades na aprendizagem e comportamento.
Se você leu esse texto até aqui, convenhamos que interesse em aprender sobre desenvolvimento você tem, paciência e amor também: meus parabéns!
Dedique-se! Entregue-se aos primeiros anos do seu filho, afinal, eles voam!
Por: Karen Rodrigues
Fisioterapeuta Infantil